Rio
Desfile da Intendente Magalhães recebe o bloco da campanha ‘Ouviu um NÃO?Respeite a decisão’
Bloco da Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ) esteve na estrada mais famosa de Campinho, na noite desta sexta-feira (16) para levar a mensagem contra assédio e importunação sexual
A Superliga Carnavalesca, que produz e organiza os desfiles das escolas de samba na Intendente Magalhães, aderiu à campanha e ao protocolo “Ouviu um NÃO? Respeite a decisão”, da Secretaria de Estado da Mulher. E o bloco da Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ) esteve na estrada mais famosa de Campinho, na noite desta sexta-feira (16) para levar a mensagem contra assédio e importunação sexual. Não faltaram alegria nem o personagem Cancelado (emoji X), que foi logo reconhecido pelo público das arquibancadas.
“Estamos repetindo o sucesso do nosso slogan da campanha do ano anterior, mas com um novo olhar, agora voltado para o público masculino, porque assédio e importunação são crimes. O lema é tolerância zero com a violência contra a mulher”, destacou a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar.
Além de abraçar a campanha, a Superliga Carnavalesca também aderiu ao protocolo da SEM-RJ para garantir mais segurança às mulheres em grandes eventos e, com isso, será a primeira liga de Carnaval a receber o selo Mulher + Segura, que certifica e promove os eventos culturais, turísticos, artísticos, públicos ou privados, além de bares, restaurantes e casas de shows que adotam medidas de segurança e o empoderamento das mulheres.
Como parte do protocolo, alguns integrantes da equipe da Superliga, que reúne agremiações da Série Prata, Série Bronze e Grupo de Avaliação, receberam treinamento de equipes da SEM-RJ, com instruções sobre como agir em possíveis situações de assédio e importunação às mulheres.
O protocolo “Ouviu um NÃO? Respeite a decisão”, criado pela Secretaria da Mulher, tem orientações com objetivo de garantir mais segurança às mulheres para que elas possam se divertir em blocos, bailes de Carnaval e shows sem serem importunadas ou agredidas. Em parceria com grandes eventos no estado do Rio de Janeiro, desde 2023, a ação inclui uma série de recomendações, como o uso de iluminação adequada em estacionamentos e banheiros, a divulgação de canais de ajuda para mulheres em emergência, e dicas de como os seguranças devem abordar e agir em casos de agressões e importunações.
O protocolo também recomenda apresentar à vítima o app Rede Mulher. Baixado gratuitamente no celular, a ferramenta tem um botão de emergência que aciona eletronicamente o 190 da Polícia Militar, entre outras funcionalidades.
Principais pontos do protocolo “Ouviu um NÃO? Respeite a decisão”
O protocolo deve ser aplicado em situações de violência contra mulher, associadas a crimes sexuais ou violência doméstica e familiar ocorridas em ambientes de lazer, como bares, restaurantes, casas de show e locais nos quais são realizados grandes eventos.
1. Conscientização:
Estar ciente dos desafios enfrentados pelas mulheres em eventos e da importância do atendimento diferenciado.
2. Atendimento pleno de atenção:
A equipe deve priorizar o atendimento imediato, total atenção à vítima, demonstrando disponibilidade para ouvir, empatia e compreensão, sem julgamento ou preconceito.
3. Escuta ativa:
Demonstre interesse genuíno pelo relato da mulher.
4. Respeito às decisões da mulher:
Nunca force a vítima a fazer algo que ela não queira, como registrar uma ocorrência policial ou buscar atendimento médico. Ofereça informações sobre as opções disponíveis, mas deixe que ela decida o que é melhor para si.
5. Atendimento discreto e humanizado:
Garanta que o atendimento seja em um ambiente seguro, longe de olhares curiosos, e mantenha a confidencialidade das informações compartilhadas pela vítima. Evite comentários ou piadas inadequadas.
6. Atenção prioritária à pessoa agredida:
Em caso de agressão, ela deve receber a devida atenção. Em casos graves, ela não pode ser deixada sozinha, a não ser que queira.
7. Não focar no processo penal:
Nesse primeiro momento a vítima deve ser acolhida. Questões policiais e do processo penal devem ser tratadas pelas autoridades competentes.
8. Rejeição do agressor:
Jamais demonstre cumplicidade com o agressor, mesmo que seja apenas para diminuir o clima de tensão no momento da atuação.
9. Rigor nas informações:
Respeite a privacidade da pessoa agredida e a presunção de inocência do acusado. Repasse informações sobre o caso apenas às autoridades competentes.