Rio
Polícia investiga caso de jovem vítima de assédio em academia na Zona Sul do Rio
Caroline Bedoya, de 23 anos, fez a denúncia na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) no Centro e relatou que, em dezembro, foi perseguida por um dos professores entre a unidade da Bodytech que frequenta e a sua casa
A Polícia Civil investiga o caso de uma aluna da academia BodyTech, de Copacabana, na Zona Sul do Rio, que fez uma queixa de assédio contra dois professores por ameaça. Por meio de nota, o estabelecimento informou que um profissional foi advertido e o outro teve o contrato rescindido.
Caroline Bedoya, de 23 anos, fez a denúncia na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) no Centro da capital fluminense e relatou que, em dezembro, foi perseguida por um dos professores entre a unidade da Bodytech que frequenta e a sua casa. A jovem disse ainda que, naquele dia, saiu da academia por volta das 18h e foi andando até um mercado na região.
“Eu estava saindo da academia. Passei no mercado há uma quadra de distância, girei o mercado comprando coisas, saí cheia de sacola, andei mais duas quadras até a esquina da minha casa, onde esse outro indivíduo me abordou. Ou seja, ele esperou esse momento inteiro, foi até a esquina da minha casa, onde ele me abordou falando ‘Oi’, meio sem graça para falar algumas coisas, e falou assim: ‘Ah, eu falei com outro personal e ele falou que você costuma andar sozinha’. Isso pra mim é uma ameaça. Ainda mais na esquina da minha casa, sendo que eu saí da Bodytech onde ele estava sentado com esse outro personal que falou sobre”, contou.
A também empresária ressaltou que todo o episódio de assédio começou meses antes da perseguição com outro funcionário. Na época, o professor tirou uma foto dela treinando e mandou para ela, indicando uma forma de assédio. “Eu recebi uma foto no WhatsApp que esse indivíduo tirou minha falando assim: ‘A cara não era boa, mas a cena era ótima’. Depois que eu mandei ‘Péssimo’, o indivíduo excluiu a foto. Eu tenho print já com a foto excluída”, destacou.
A situação fez com que Caroline fizesse uma queixa na delegacia. A jovem deseja que os professores sejam responsabilizados por suas ações. “Não aconteceu coisas só comigo com esses dois indivíduo. Eu soube sobre coisas gravíssimas que já foram apontadas a coordenação, a gerência, a quem quer seja a responsável, e nada foi feito. Eu espero que algo aconteça com esses dois indivíduos. O certo não é a gente sair, a gente procurar outra, o certo é eles serem banidos do convívio com pessoas dentro de onde aconteceu ou de qualquer empresa que eles estão vinculados. Estou falando não só por mim, mas por amigas que sei que já passaram por situações com essas pessoas. Que não aconteça com nenhuma mais de nós”, finalizou.
Por meio de nota, a Polícia disse que o acusado foi intimado e diligências estão em andamento para apurar todos os fatos.
A Bodytech também foi procurada e enviou uma nota de esclarecimento.
Confira a nota na íntegra abaixo:
“Com grande preocupação, tomamos conhecimento no final do dia 7 (domingo), sobre um vídeo no qual uma de nossas clientes relata incidentes ocorridos em nossa unidade Bodytech Copa – N.S. Copacabana 801, envolvendo dois de nossos colaboradores.
Já na segunda-feira agimos prontamente, entrando em contato com a cliente para oferecer todo o suporte necessário e aprofundar a compreensão dos casos. Diante dos fatos relatados, os professores citados pela cliente foram afastados da academia. Além disso, também tomamos conhecimento de que a cliente registrou um boletim de ocorrência. Ressaltamos que estamos à disposição para colaborar com as autoridades, fornecendo as informações solicitadas.
Após a apuração inicial, com relação ao primeiro incidente, considerando o tempo de casa do profissional (mais de 10 anos) sem qualquer histórico sobre comportamentos inadequados, foi aplicada uma advertência formal e providenciada sua transferência para outra academia, enquanto não há uma conclusão das investigações policiais. Além disso, ele foi orientado sobre os valores e comportamentos considerados inapropriados pela companhia. Já o segundo profissional, que estava há apenas 2 meses na empresa, portanto em período de experiência, teve seu contrato de trabalho rescindido.
Conversamos com a cliente sobre as medidas adotadas e a estamos apoiando no retorno de suas atividades normais na academia.
Reforçamos que a Bodytech repudia veementemente qualquer forma de assédio e preza por oferecer um atendimento pautado no respeito aos seus clientes. Nosso objetivo é proporcionar um ambiente seguro, respeitoso e inclusivo para todos. Incentivamos nossos alunos a comunicarem à gestão da unidade ou através dos nossos canais de contato qualquer comportamento inadequado por parte de nossos colaboradores“.