Patrulhando a Cidade
Governo do Estado causa prejuízo de R$ 13 bilhões ao tráfico
De novembro de 2022 a novembro de 2023, cerca de R$ 253 milhões foram recuperados pelo Gabinete de Recuperação de Ativos da Polícia CivilO Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil (DGCOR-LD), bloqueou mais de R$ 13 bilhões em bens e valores das organizações criminosas do Rio.
De novembro de 2022 a novembro de 2023, cerca de R$ 253 milhões foram recuperados pelo Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA). Os valores foram utilizados pelo governo do estado para aquisição de novas viaturas, tecnologia, remuneração de policiais e demais serviços.
“Estamos conseguindo quebrar essa cadeia econômica e financeira de movimentação das facções criminosas. O trabalho integrado com o Ministério da Justiça vai reforçar os resultados investigativos da Polícia Civil. Por isso, o Departamento Geral de Combate à Corrupção está sendo transferido para o prédio da Agência Central de Inteligência, onde receberá o Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos, o Cifra. Em uma área de 1.200 metros quadrados, os agentes terão todas as ferramentas necessárias para realizarem seu trabalho”, declarou o governador Cláudio Castro.
O DGCOR é integrado por cinco órgãos: A Coordenadoria de Inteligência – que realiza análise para todos os órgãos; o Laboratório de Tecnologia de Combate à Lavagem de Dinheiro – órgão técnico do departamento, responsável por realizar todas as análises de relatórios de inteligência financeira, como quebra de sigilo fiscal e bancário. Além de duas Delegacias: Uma de Combate a Corrupção – focada em desvio de dinheiro público, e outra de Combate às Organizações Criminosas, que trata da lavagem de dinheiro do tráfico, milícia e grupos criminosos. O quinto órgão é o Gabinete de Recuperação de Ativos, que visa recuperar esse patrimônio para que o Estado reinvista na Polícia Civil.
Neste último ano, 478 ativos foram recuperados, entre imóveis, fundos, criptomoedas e outros bens. Apenas em imóveis, R$ 30 milhões foram captados, já em embarcações, R$ 10 milhões. Para o Diretor do DGCOR, Delegado Gustavo Ribeiro, descapitalizar organizações criminosas é ação decisiva para reduzir seu potencial e desmantelá-las.
“Se eu tiro os ativos desses criminosos, além de inviabilizar a retroalimentação do crime, ou seja, que esse dinheiro volte a ser investido em armas, drogas, e em mais maneiras de coagir a população, ainda invisto mais na polícia, que combate esses grupos. Desonerando as contas públicas o contribuinte paga menos imposto e tem uma segurança mais efetiva”, explicou o delegado.
Os recursos recuperados possibilitaram a contratação de grandes empresas multinacionais de tecnologia, e de softwares de análise, que facilitam ainda mais o trabalho do Laboratório e as delegacias do departamento de lavagem de dinheiro.
Comitê de Inteligência Financeira vai acelerar investigações
O Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra) terá por objetivo a coleta, análise e difusão de dados financeiros para a produção de conhecimento de inteligência financeira, visando a melhoria da qualidade e a assertividade das investigações realizadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Formado por membros do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Senasp, Polícia Civil do Rio, Fazenda (Sefaz), Casa Civil, Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o comitê dará celeridade ao trabalho.
Segundo o Delegado de Polícia Jefferson Ferreira, da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), investigações que levariam quatro anos poderão ser resolvidas em apenas um.
“A integração com o Cifra vem em boa hora para auxiliar no fluxo de informações, que por vezes há um embaraço burocrático, e agora, nós vamos poder ter essa informação com muito mais rapidez, e isso auxilia bastante as investigações para darmos uma resposta rápida na prisão e na recuperação desses bens”, disse o policial civil.
Dinâmica do CIFRA
A capacidade de análise das delegacias que compõem o Departamento de combate à corrupção, ao crime organizado e a lavagem de dinheiro será ampliada com o trabalho do comitê. Cerca de 20 servidores do estado, não só da inteligência da Polícia Civil, mas de outras instituições que compõem o Cifra, vão reforçar a capacidade de investigação por meio de inquéritos instaurados a partir do conhecimento produzido pelo grupo.
“Esse tipo de investigação é de natureza complexa. Temos que lidar com dados de várias fontes, com provas de difícil obtenção e análise. A vinda do comitê traz velocidade e mais eficiência a essas investigações”, contou o Subsecretário de Inteligência da Polícia Civil, Flávio Porto.
O aporte inicial do Ministério da Justiça para o comitê está em torno de dez servidores. Os agentes não compõem apenas a Rede Nacional de Laboratórios de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro, mas também terão integrantes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.