Problemas com plano de saúde geram número recorde de reclamações

Mais de 50 milhões de brasileiros, cerca de 25% da população, têm planos de saúde. A grande maioria se esforça para conseguir pagar as mensalidades em dia, podendo, assim, ter mais segurança na hora de fazer uma consulta, um exame, ou um tratamento. No entanto, muitas vezes, o “conforto” acaba dando lugar a transtornos, já que muitas operadoras não cumprem com os contratos. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que o setor foi o líder de reclamações em quatro dos últimos cinco anos. Outra queixa generalizada é com relação aos reajustes. O modelo de precificação é dividido em dez faixas etárias e todas elas sofrem aumento ano a ano. 

Segundo a advogada Cátia Vita, muitos consumidores estão sofrendo com os planos de saúde por não cumprirem com os contratos, além de estarem cada vez mais caros. “Muitas vezes o consumidor busca por uma especialidade e não tem vaga. Às vezes esse consumidor vai conseguir uma vaga em determinada especialidade depois de três, quatro meses. Isso não pode acontecer, isso viola o código de defesa do consumidor”, diz. 

Cátia também conta que em determinadas situações, os médicos aceitam o plano de saúde, mas só tem disponibilidade de horário quando o paciente pagar sem usar o plano de saúde. Segundo ela, isso deve ser denunciado na Agência Nacional de Saúde. “O consumidor deve entrar em contato com a ANS e relatar todo o ocorrido, relatar tudo o que vem acontecendo. Muitas vezes, compensa você trocar o plano de saúde, pois vai ficar mais barato”, analisa. 

Cátia finaliza dizendo que outra situação que vem acontecendo muito é que o consumidor contrata um plano exatamente por conta de oferecer a possibilidade de atendimento em um hospital específico. “O hospital fica próximo da residência do consumidor, ou aquele consumidor já passou por experiências positivas, e, muitas vezes, a motivação para contratar o plano é exatamente aquele hospital. Muitas vezes, há um descredenciamento sem aviso prévio e sem colocar outro hospital compatível com o que eles descredenciaram. Então, o consumidor deve ficar atento e, sempre que possível, fazer a denúncia na Agência Nacional de Saúde”, alerta.