Entretenimento
Caetano Veloso recebe o Prêmio UBC 2023
Sétima edição do Prêmio UBC celebra a obra do artista. A honraria será entregue em cerimônia com homenagens ao artista e apresentações inéditas de grandes nomes da música brasileira, dia 05 de dezembro, no Rio
“Meu coração vagabundo, Quer guardar o mundo, Em mim”. Ícone da música brasileira, o compositor, cantor, músico, produtor, arranjador e escritor brasileiro Caetano Veloso terá toda sua trajetória celebrada em uma justa homenagem. A União Brasileira dos Compositores (UBC) realizará a sétima edição do Prêmio UBC, em uma cerimônia repleta de surpresas para Caetano.
O artista receberá o Prêmio do Compositor Brasileiro, dia 05 de dezembro, em evento na sede da entidade, no Rio de Janeiro.
A União Brasileira de Compositores, maior sociedade de gestão coletiva de direitos autorais do país, criou o Prêmio UBC em 2017. Na estreia, o homenageado foi Gilberto Gil, maior parceiro autoral de Caetano. Nos anos seguintes, Erasmo Carlos, Milton Nascimento, Herbert Vianna, Djavan e Alceu Valença. Agora, o Prêmio do Compositor Brasileiro segue em boas mãos. Com uma carreira de mais de seis décadas, somando 642 composições registradas e 1988 gravações como intérprete, Caetano construiu uma obra inigualável, marcada pela autenticidade e renovação.
Com 56 álbuns lançados, sendo 30 de estúdio, 20 ao vivo e 6 coletâneas, o artista tem o reconhecimento não apenas de uma imensa comunidade de fãs no Brasil e em todo o mundo, mas também da indústria musical. Caetano foi 5 vezes indicado ao GRAMMY Awards, tendo vencido em 2001 e 2002 na categoria Melhor Álbum de Música Global. Além de ter sido 29 vezes indicado ao Latin GRAMMY, dos quais venceu 13 troféus, em diversas categorias.
Prêmio UBC 2023 celebra Caetano Veloso com apresentações ao vivo de mais de 10 grandes nomes da música brasileira, com curadoria de Zé Ricardo
A edição 2023 do Prêmio UBC conta com direção artística de Zé Ricardo, diretor artístico de festivais como Rock in Rio e The Town. Na ocasião, Caetano testemunhará uma apresentação inédita, exclusivamente concebida para esta noite, com shows de mais de uma dezena de grandes nomes da música brasileira, de diversas gerações, interpretando ao vivo versões inéditas do artista. Celebrando a obra do compositor, contemplando sucessos de sua carreira, o line-up tem os nomes guardados a sete chaves e será surpresa inclusive para o homenageado.Para mais atualizações sobre a celebração, acompanhe as redes sociais da UBC.
“A UBC é por quem faz a música e o Prêmio UBC reconhece a importância do autor, valorizando a sua relevância na história e no mercado da música. Nesta edição, teremos a alegria e a honra de homenagear um dos nossos maiores expoentes da música e arte brasileira. Artista, pensador, inspirador, inovador, transformador, ativista social, Caetano Veloso, nosso poeta genial, com sua obra singular representa a todos nós. Ele é essência e fundamento, passado, presente e futuro.” – diz Paula Lima, diretora-presidente da UBC, cantora e compositora.
Para Marcelo Castello Branco, diretor-executivo da UBC, “Caetano é onde o Brasil é mais amorosamente baiano e global. Suas canções e usina intermitente de pensamentos enriquecem a produção criativa do País , com assertividade e sensibilidade sempre singular, com percepções e perplexidades que nos emocionam e fazem refletir , sempre , numa nova construção. O Prêmio UBC Compositor Brasileiro mais uma vez estará em boas mãos, de um grande compositor admirado no mundo inteiro. É uma honra e uma bem-vinda responsabilidade poder contar com ele e sua transcendental obra“.
Homenagem celebrará a obra transcendental de Caetano para além dos palcos
Além das interpretações musicais, o Prêmio UBC 2023 apresentará aos convidados uma imersão completa no rico universo autoral do homenageado. Isso inclui cenografia meticulosamente planejada, climatização, culinária e bebidas cuidadosamente escolhidas, e inúmeras surpresas ao longo da noite. Um envolvente tour sensorial acompanha o público presente desde o momento da chegada até a partida da Casa UBC, garantindo que todos os sentidos sejam contemplados nessa jornada musical e cultural.
Entre os muitos elogios justos que possam ser proferidos sobre Caetano Veloso, talvez a sua qualidade de trabalhar a carreira como se fosse uma intrincada peça de filigrana é dos que mais ressoam ao fim de mais de cinquenta anos de canções. Ao fazê-lo, Caetano não está apenas a renovar o seu olhar artístico sobre si mesmo, mas também sobre o Brasil e as suas infinitas linguagens musicais.
Caetano iniciou a sua carreira musical em 1965, com o lançamento de um compacto duplo pela gravadora RCA. Seu primeiro LP gravado, em parceria com Gal Costa, foi “Domingo”, lançado em 1967. No mesmo ano, lançou seu LP solo, que contém os sucessos “Alegria, Alegria” e “Tropicália”.
No final da década de 1960, liderou, ao lado de Gilberto Gil, o movimento Tropicalista, por isso sua vasta obra é fortemente reconhecida pela releitura e renovação da criação musical brasileira, e que possui um grande valor poético e intelectual. Em 27 de dezembro de 1968, ele e Gilberto Gil foram presos, acusados de terem desrespeitado o hino nacional e a bandeira brasileira, ambos foram soltos numa quarta-feira de cinzas, em 19 de fevereiro de 1969.
Ainda em 1969, parte para o exílio em Londres e nesse período gravou os álbuns “Caetano Veloso” (1969) e “Caetano Veloso” (1971). Em 1972, após retornar ao Brasil, lançou o álbum “Transa”, um dos seus discos mais cultuados ao longo das últimas décadas. Em 1976, uniu-se a Maria Bethânia, Gal Costa e Gilberto Gil para formar o grupo Doces Bárbaros. A formação do grupo foi tema do filme “Doces Bárbaros”, de Jom Tob Azulay, e o disco até hoje é considerado uma obra-prima da música brasileira.
Desde então, foram mais de 40 álbuns lançados, reunindo um sem número de elementos estéticos, criando sonoridades e uma verve lírica única, formando uma obra transcendental, que não apenas segue influenciando gerações de artistas, mas moldou a cultura brasileira como conhecemos hoje.
Em 2021, Caetano lançou o álbum “Meu Coco”, que foi gravado em seu estúdio caseiro, em meio ao isolamento social durante a pandemia de Covid-19 e que gerou uma turnê pelas principais cidades brasileiras e que já se apresentou nas principais capitais do Brasil, América do Sul e, atualmente, está percorrendo a Europa.