Botafogo
“Contra tudo e todos” e “campo de batatas”: Bruno Lage também critica arbitragem e gramado da Arena MRV
Treinador também adota discurso de que Botafogo estaria sendo prejudicado para valorizar a competição
Após as declarações do diretor de futebol André Mazzuco, o técnico Bruno Lage foi mais um a se pronunciar sobre o gol anulado do atacante Diego Costa, que seria o empate do Botafogo contra o Atlético-MG, na Arena MRV. O próprio atleta também se manifestou durante a zona mista.
Enquanto Mazzuco criticou a falta de critério apresentada pela arbitragem ao longo do Campeonato Brasileiro, além da própria anulação em si, Diego Costa foi além de afirmou que o Botafogo foi prejudicado; uma forma de manter o campeonato atrativo até o fim. Lage, por sua vez, adotou os dois discursos na entrevista coletiva.
“Reforço a posição do diretor e vou meter mais o dedo na ferida. Cheguei aqui há dois meses e sinto que há critérios muito diferentes em outros tipos de jogos, o que dá a sensação de que querem o campeonato continue animado até o fim. Já vi muitos lances de outros VAR, em outros jogos, de um critério completamente absurdo. E olha o que aconteceu nos dois últimos dois jogos, em que fomos prejudicados dessa maneira” – disse o português.
“O VAR penso eu que veio para ajudar, quer aqui, queira em qualquer parte do mundo, e lamentavelmente tem acontecido muitos erros, não só nos nossos jogos. São em outros jogos que de alguma forma tem contribuído para a competição continuar equilibrada. Muitas coisas duvidosas, de lances inexplicáveis, que tem prejudicado e beneficiado equipes” – completou Lage.
Antes de finalizar a entrevista coletiva, ainda voltando ao tema arbitragem, o comandante do Glorioso utilizou um tom mais forte, afirmando que o Botafogo seguirá brigando pelo título da competição, lutando, nas palavras dele, “contra tudo e contra todos”.
“Nós estamos com muita energia e se tiver que ser contra tudo e contra todos, será contra tudo ou contra todos. Podem até nos meter num campo de batatas que vamos com tudo. Não podemos é ir contra outras coisas que não controlamos, e tem que haver um maior critério. Parece que faz mal ao Campeonato Brasileiro que as coisas se decidam muito cedo” – finalizou sobre o tema arbitragem.
Bruno Lage, inclusive, aproveitou para valorizar o trabalho realizado à frente do clube. Ao todo, são dois meses treinando a equipe alvinegra e, segundo ele, o Botafogo foi melhor na noite do último sábado.
“Na minha opinião, apesar de ter sido um jogo equilibrado, fomos a melhor equipe. Entramos bem, tentamos criar várias oportunidades de gols, tivemos dois ou três lances muito semelhantes ao gol do Atlético-MG em que o Júnior Santos não conseguiu concretizar. Há vários movimentos em que tentamos chegar à zona de finalização. Foi um jogo muito equilibrado, diante de uma boa equipe. Poderíamos ter feito um pouco melhor para serem ainda mais agressivos na linha defensiva” – analisou.
“Não temos que abrir distância na frente, é continuar com essa mentalidade e vir para o jogo como viemos hoje e como viemos para o jogo contra o Flamengo. Sabe quantas oportunidades claras de gol o Atlético-MG teve? Zero. Quantas oportunidades que o Flamengo teve, claras de gol? Zero. Nos outros jogos tem acontecido várias vezes e a equipe tem vencido. Não temos dado o mesmo número de oportunidades ao adversário. Esse é o processo, é o caminho, é continuar sempre a acreditar. Quando chegamos, conseguimos aumentar a distância para os nossos adversários, sete pontos, e é nisso que temos que continuar trabalhando” – completou.
Perguntado sobre o rendimento inferior quando o clube atua fora do Estádio Nilton Santos, o português citou a qualidade do gramado como fator fundamental para o desempenho do bom futebol. Na visão dele, um dos fatores que prejudicaram o time carioca foi o estado do campo da Arena MRV, o que ele tratou como “campo de batatas”.
“Olhar para nossa performance em casa e fora tenho também que tocar em uma situação, que é o gramado. Não há que justificar nada, mas há coisas que temos que olhar. Para a qualidade dos jogadores, olhar nesse gramado em que a prioridade foi fazer um show num estádio lindíssimo, nesse gramado, nem sei se pode chamar de grama. Condiciona-se muito, quando nosso jogo é de toque de bola, velocidade, em que a bola trava muito e salta muito” – pontuou o treinador.
Com a derrota de 1 a 0 para o Atlético-MG, o Botafogo permanece na liderança, com 51 pontos, mas viu o Palmeiras diminuir a diferença para sete pontos. Na próxima rodada, o Glorioso enfrenta o Corinthians. O duelo será na próxima sexta-feira (22), às 20h, na Neo Química Arena, em São Paulo.