Patrulhando a Cidade
Operação mira ‘empresas fantasmas’ suspeitas de lavagem de dinheiro no comércio exterior; mais de R$ 25 milhões em bens foram apreendidos
Os agentes cumprem ao todo 17 mandados de busca e apreensão em Vitória (ES), Rio de Janeiro e Minas GeraisA Polícia Federal e a Receita Federal realizaram, nesta quinta-feira (31), a Operação Alapar com objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de criar empresas fantasmas para envio irregular de dinheiro ao exterior.
Lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, fraudes licitatórias e bancárias são alguns dos crimes investigados.
De acordo com a Polícia Federal, as falsas empresas eram usadas para obtenção de linhas de créditos bancários, além de contratações públicas com fortes indícios de corrupção.
Os agentes cumprem ao todo 17 mandados de busca e apreensão em Vitória (ES), Rio de Janeiro e Minas Gerais. Cerca de R$ 25 milhões em bens foram apreendidos, entre embarcações, carros de luxo e até um cavalo.
Como funcionava o esquema?
Segundo as investigações, os suspeitos usavam documentação inidônea de comércio exterior para lastrear operações de câmbio junto a corretoras de valores, enviando recursos de forma ilícita. As pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema foram fiscalizadas por auditores fiscais da Receita Federal e, atualmente, mais de R$ 700 milhões referentes a tributos e multas encontram-se inscritos em dívida ativa.
Operação mira patrimônio oculto do grupo
Mesmo após as operações Masqué e Arcano e apesar da condenação dos réus em primeira instância, o esquema de ocultação de bens continuou ativo. Foram identificadas novas operações de compra e venda de imóveis, automóveis de luxo, embarcações e um helicóptero, todos em nome de empresas de fachada e de laranjas.
Há indícios de que o grupo constituiu ou adquiriu empresas para efetivar a terceira fase do crime de lavagem de dinheiro, denominada integração. Nessa etapa, por meio de operações aparentemente lícitas, os recursos obtidos de maneira ilegal são integrados ao patrimônio legítimo dos beneficiários, com objetivo de dificultar ou impossibilitar o rastreio dos crimes antecedentes e, por consequência, a origem ilegal do dinheiro.
A operação contou com a participação de 70 Policiais Federais, oito auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal, e apoio logístico da Polícia Militar e da Marinha do Brasil.