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Incontinência urinária é naturalizada em idosos
Problema atinge cerca de 30,5% para idosos e 50% entre as idosas, especialista explica formas de evitar a doençaA doença é mais prevalente em mulheres, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, a incontinência urinária atinge 72% das mulheres no mundo. Cerca de 20% dos casos da doença são em mulheres adultas, e em idosas pode chegar a 50%. O número de casos pode ser ainda maior, uma vez que muitas mulheres com perda urinária não buscam tratamento para a enfermidade, por achar que é um problema comum do envelhecimento e que, por isso, devem aprender a conviver com ele.
A doença se caracteriza pela perda involuntária de urina e conta com três tipos: a de esforço, quando há perda de urina em atividades que contraem a região do abdômen (tossir, espirrar, rir e fazer atividade física de alto impacto); a de urgência, quando há súbita vontade de urinar e a pessoa não consegue chegar a tempo no banheiro e a mista (caso de idosos e diabéticos, ou pessoas com lesões na coluna e medulares), que associa os dois tipos anteriores.
Entre as causas mais comuns estão alterações hormonais, enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico, seja pelo envelhecimento, por uma (ou mais) gestação, tabagismo, lesões ou mesmo pela prática de exercícios físicos de alto impacto ou de forma inadequada. No caso da bexiga hiperativa, o tratamento é feito com medicação. A geriatra Márcia Umbelino explica que quando o problema é relacionado à fraqueza muscular, a fisioterapia pélvica pode resolver o caso ou pode ser necessária a cirurgia de correção.
“A incontinência urinária geralmente começa na mulher na menopausa, por causa da alteração hormonal. Mulheres que tiveram parto normal também têm uma tendência maior antes da menopausa. As que estão no climatério podem ter um pequeno escape ao fazer esforço, o que o laser, a reposição hormonal, o exercício físico e a cirurgia podem resolver” acrescenta Márcia.
A médica ressalta que incontinência reforça ou faz a pessoa desenvolver alguns hábitos que desencadeiam problemas maiores: “Como consequência, as mulheres com a doença começam a usar absorvente íntimo e fralda geriátrica e passam a ter infecção urinária de repetição. Algumas sofrem um processo depressivo porque não saem de casa por conta da incontinência. Homens também podem ter o problema por causa do aumento da próstata, parkinson e deficiência de dopamina”.
“A solução é procurar fazer exercício físico desde jovem. Exercício pélvico também ajuda no caso das mulheres, assim como a dosagem hormonal e a cirurgia de períneo. Também existem remédios para incontinência em casos de quadro demencial. A infecção urinária às vezes é confundida com incontinência porque o paciente tem uma urgência urinária” orienta a geriatra.