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Ciência e Saúde

App de fotos AI pode gerar Transtorno Dismórfico Corporal, explica médico

Doença é uma condição psicológica que se caracteriza pela preocupação, sem controle, com aparência

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App de fotos AI pode gerar Transtorno Dismórfico Corporal, explica médico (Foto: Divulgação)
App de fotos AI pode gerar Transtorno Dismórfico Corporal, explica médico (Foto: Divulgação)

Recentemente bombou nas redes sociais um aplicativo que possibilita que as pessoas usem da inteligência artificial para fotos, muitos famosos usaram o App e exibiram nas redes sociais suas imagens usando IA totalmente tratadas e em alguns casos fotografias fazendo alusão de possíveis filhos bonitos e perfeitos semelhantes a eles.

Mas o que parece inocente pode gerar um problema grave de saúde:

Transtorno Dismórfico Corporal.

Segundo o cirurgião plástico Dr. Regis Milani, a doença é uma condição psicológica que se caracteriza pela preocupação, sem controle, com aparência.

“Seus portadores dão importância exagerada a defeitos pequenos que, apesar de imperceptíveis para outras pessoas, assuem uma dimensão enorme aos olhos”, explica o médico. 

A origem do transtorno dismórfico corporal é basicamente genética e neuroquímica, porém, o fator ambiente também pode influenciar, principalmente na infância e adolescência. 

“Estudos demonstram, que pessoas com as seguintes características são mais suscetíveis a doença: Ansiosas; Perfeccionistas; Tristes; Inseguras; Com baixa autoestima; Tendência a solidão; Introspectiva e Obsessivas”, alerta Regis Milani.

Para o cirurgião plástico Regis Milani, as redes sociais podem ser um gatilho para a doença.

“Isto porque as pessoas têm acesso a imagens que reforçam padrões que, em muitos casos, não correspondem ao seu biótipo físico e se frustram por não seguirem determinados estereótipos. Quem tem transtorno dismórfico corporal sente um incômodo físico em relação a aparência, o que leva a buscar auxílio e soluções na cirurgia plástica, dermatologia, odontologia, entre outros, para sentir-se melhor. Entretanto, essa necessidade de realizar um procedimento para alterar sua aparência pode se tornar uma obsessão. A tendência é que a pessoa fique cada vez mais preocupada e insatisfeita com suas “imperfeições”, queira realizar uma cirurgia após a outra e, devido a tristeza, acabe prejudicando o seu desempenho no trabalho ou estudos”, alerta o médico.

Segundo o professor de cirurgia plástica Ricardo Cavalcanti membro da sociedade brasileira de cirurgia plástica e americana, a abordagem de um cirurgião plástico em relação à dismorfia corporal pode incluir:

  1. Avaliação cuidadosa: O cirurgião plástico deve realizar uma avaliação completa da pessoa, levando em consideração seus sintomas de dismorfia corporal, histórico médico e expectativas em relação à cirurgia. É essencial compreender a motivação por trás da busca pela cirurgia plástica.
  2. Encaminhamento para avaliação psicológica: O cirurgião plástico pode encaminhar a pessoa para um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra, para uma avaliação psicológica mais aprofundada. Isso ajudará a determinar se a cirurgia plástica é apropriada no caso específico e se há necessidade de tratamento adicional para a dismorfia corporal.​
  3. Discussão dos riscos e benefícios: Caso a cirurgia plástica seja considerada apropriada, o cirurgião plástico deve fornecer informações completas sobre os riscos, benefícios, limitações e expectativas realistas do procedimento. É importante ter uma conversa aberta e honesta sobre os resultados possíveis, enfatizando que a cirurgia plástica não é uma solução definitiva para a dismorfia corporal.
  4. Abordagem cautelosa: Em alguns casos, o cirurgião plástico pode optar por não realizar a cirurgia plástica se houver preocupações significativas em relação à dismorfia corporal da pessoa. Em vez disso, pode-se explorar outras opções de tratamento, como terapia cognitivo-comportamental, para abordar os aspectos psicológicos do transtorno.

Como prevenir o distúrbio? O Dr. Régis explica que a aceitação pode ser a chave para prevenir a doença.

“A melhor forma de prevenir o distúrbio é aceitar e respeitar o próprio corpo, assim como não se pressionar para se encaixar em padrões de aparência que não correspondam ao seu biótipo físico. É preciso ressaltar a beleza natural das pessoas e da diversidade, tendo em mente que a perfeição é uma ideia muito difícil de ser alcançada”, finaliza.