Brasil
Cientistas decodificam genoma completo de duas espécies de vetores de leishmanioses
Resultados foram publicados na Revista científica Plos Neglected Tropical Diseases
Um consórcio internacional de cientistas, com participação da Fundação Oswaldo Cruz, decodificou o genoma completo de duas espécies de flebotomíneos, vetores de leishmanioses. Os insetos Lutzomyia longipalpis e Phlebotomus papatasi tiveram o DNA sequenciado pela primeira vez, com caracterização de genes associados a comportamentos importantes na transmissão das doenças.
Os resultados foram publicados na Revista científica Plos Neglected Tropical Diseases. As leishmanioses são um grupo de doenças causadas por parasitos do gênero Leishmania, que são transmitidos para as pessoas pela picada dos flebotomíneos. Esses insetos são popularmente conhecidos como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras ou birigui, entre outros nomes.
A infecção pode provocar lesões de pele, mucosas (como boca e nariz) ou órgãos internos (como fígado e rins), o que pode ser fatal se não houver tratamento adequado. O Brasil é um dos países mais afetados pelas leishmanioses no mundo. Por ano, são registrados 21 mil casos de leishmaniose tegumentar (que atinge a pele ou as mucosas) e 3,5 mil casos de leishmaniose visceral (que atinge órgãos internos), segundo dados do Ministério da Saúde.
O esforço para sequenciar os genomas dos insetos reuniu mais de 70 pesquisadores, de 13 países. O grupo teve participação de 15 cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), de seis dos laboratórios: de Biologia Molecular de Insetos; Biologia Molecular de Parasitos e Vetores; Bioquímica e Fisiologia de Insetos; Doenças Parasitárias; Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em Diptera e Hemiptera; e Mosquitos Transmissores de Hematozoários.
Na Fiocruz, participaram também pesquisadores do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz-Bahia) e Instituto René Rachou (Fiocruz-Minas).