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Campeonato Brasileiro

Dirigentes do Flamengo reprovam atitude do Palmeiras e pedem postura da CBF para lidar com o caso

Marcos Braz e Bruno Spindel condenam questionamento da lisura do Brasileirão

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Marcos Braz e Bruno Spindel
Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

As declarações de João Martins, auxiliar-técnico de Abel Ferreira, do Palmeiras, seguem gerando repercussões à nível nacional. Nesta quinta-feira (06), o tema foi pauta para Marcos Braz e Bruno Spindel, vice-presidente e diretor de futebol, respectivamente, do Flamengo, durante a apresentação oficial do goleiro Rossi, reforço rubro-negro para a sequencia da temporada.

Os dirigentes afirmaram estar atentos ao que vem acontecendo, principalmente após as manifestações da torcida palmeirense na porta da CBF. Para eles, a situação é preocupante e a entidade não pode aceitar a “forçação de barra”, além de punir aqueles que questionem a lisura do processo.

“Com certeza estamos acompanhando. Num primeiro momento ele não se refere ao Flamengo. É uma queixa do Palmeiras com a CBF. A CBF foi dura na resposta, o Palmeiras foi mais duro ainda no que passou para a imprensa. O que não pode acontecer é que se tenha uma pressão dessa em cima da comissão de arbitragem falando que o ‘sistema não interessa o Palmeiras ser campeão duas vezes’… O Flamengo foi campeão duas vezes há pouco. É muito preocupante” – disse Braz.

‘”E é mais preocupante ainda, não quero ser irresponsável no que vou falar, a torcida do Palmeiras vir fazer pressão aqui na CBF. Porque se a gente acordar aqui querendo fazer pressão, imagina a torcida do Flamengo querendo fazer pressão ali na CBF. Não vai ser bom ali para o hospital em frente, não vai ser bom para nada. Nem para o Barra Shopping, vai chegar lá no Barra Shopping. Temos que ter cuidado em algumas explanações para não tirar do tom alguma reclamação. No meu entender, é um problema do Palmeiras com a CBF, mas assusta pelo tom das palavras, pelo tom do que foi escrito e por outras situações. É assustador, estamos acompanhando, atentos. Espero que quem cuida da arbitragem, o presidente da comissão, que sigam dentro do protocolo tentando melhorar sempre, mas se ajoelhar para nenhum tipo de ‘forçação de barra'” – completou.

Na sequencia, Bruno Spindel também comentou o tema.

“Primeiro, a gente confia plenamente na idoneidade da instituição e dos seus profissionais. E também do presidente da comissão de arbitragem, do Wilson Seneme. A regra do jogo, dentro do que pode ser feito fora do campo, tem que ser muito clara e as punições têm que ser muito severas para quem não respeita a regra do jogo. Questionar lisura e idoneidade publicamente das pessoas que trabalham lá e dos árbitros… Não estou falando que não tem erro, pode ter erro de arbitragem para todos os lados, acontece. Como a gente erra, como o treinador erra, como jogador erra, o VAR erra. Mas questionar idoneidade e lisura em busca de benefício esportivo é inaceitável e tem que ter punição dura” – afirmou.

“A CBF tem que ser muito dura ao traçar essa linha da regra do jogo, se não vira bagunça” – concluiu.

Entenda o caso:

Foto: Cesar Greco/Palmeiras

No último domingo (02), após o empate com o Athletico (PR), na Arena da Baixada, João Martins, que substituía o suspenso Abel Ferreira, concedeu a entrevista coletiva ainda muito irritado por conta da atuação do árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima, do Rio Grande do Sul.

Na visão do profissional, a não expulsão do zagueiro Zé Ivaldo, do Furacão, no primeiro minuto do jogo, condicionou o restante da partida. Na ocasião, o defensor acertou uma cotovelada no atacante Endrick, mas fora advertido somente com o amarelo.

Na segunda etapa, o Verdão ainda teve o lateral-direito Garcia expulso, por conta de um pênalti cometido. Na visão de João, o árbitro marcou corretamente o lance no qual o atleta alviverde acerta a bola com a mão dentro da área, recebendo o segundo cartão amarelo. O auxiliar, no entanto, questionou a primeira advertência da sequencia, que, na visão dele, não deveria ter sido aplicada.

“Ainda bem que sou eu hoje aqui. Nós entendemos que o futebol brasileiro passa uma imagem de que é o mais competitivo do mundo porque ganham vários. Mas ganham vários porque, muitas vezes, não deixam os melhores ganhar. Foi mais uma vez o que se passou hoje. É ruim para o sistema o Palmeiras ganhar dois anos seguidos” – disse João Martins, após o duelo contra o Furacão.

“Deu amarelo ao Garcia por atrasar um lateral. Inacreditável. O Brasil é especialista em perder tempo. Por isso na Europa não se vê jogos do Brasil” – completou.

Após o caso, a CBF emitiu uma nota oficial, classificando as falas do profissional como xenofóbicas, infantis e grosseiras, além de afirmar que vai acionar o STJD, cobrando uma explicação sobre o tal “sistema” existente que prejudicaria o Palmeiras.