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Sesc Tijuca apresenta a peça infantil ‘Tem Fogo na Mata’

Músicas inéditas, pesquisa e originalidade marcam a montagem teatral vibrante, que promove a diversidade cultural mato-grossense

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[Foto: Divulgação]

Com estreia em 10 de junho, sábado, às 16h, no Sesc Tijuca, “Tem Fogo na Mata”, espetáculo teatral musicado e cantado, leva ao público a diversidade da cultura mato-grossense e a importância da preservação dos biomas e das populações nativas. Figuras do folclore, expressões regionais, saberes indígenas e poesia marcam o  texto de Clarisse Fukelman, com direção de Claudio Mendes. A proposta preenche uma lacuna na programação teatral infantil:  compartilhar questões ambientais, como poluição e desmatamento, e enfatizar a ação das mulheres em atuações de defesa do planeta. A peça foi selecionada por meio do Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar.

Composições inéditas e arranjos de canções tradicionais feitos pela premiada maestra Liliane Secco acompanham a saga de D. Ribeirinha, com profundo afeto pelo território em que vive: rios, córregos, pesca tradicional e economia de subsistência. Incumbida de conduzir uma chama de fogo dos Terena até os Xavante. A aventura começa no Pantanal, segue atravessando o Cerrado até chegar nos Xavante, já na fronteira com Goiás. Acompanhada do atrapalhado Sr. Cidade, turista que não sabe lidar com a natureza, ela enfrenta as artimanhas do ambicioso Corpo Seco e seu bando, que assombra a região, a ponto de as cores estarem desaparecendo.  A ajuda de seres lendários e a sabedoria indígena serão essenciais nesta peripécia perigosa e divertida.

O elenco faz desta pequena epopeia uma experiência mágica. Os multiartistas Elizândra Souza, Fabio Enriquez, Leandro Castilho, Marcia do Valle tocam em cena viola caipira, zabumba, triângulo, mini-afoxé, chocalhos etc. Sob a direção do premiado Cláudio Mendes, o universo poético do texto, carregado de imagens e referências regionais, toma conta da cena, que transita entre sonho e realidade. Ele escolheu manter no palco todos os atores o tempo todo: bichos se transformam em gente, gente se transforma em entes da floresta, sons criados pelos atores expressam desejos e medos.  O processo criativo se destaca também nas soluções para o cenário, figurino e adereço, assinados por Carlos Alberto Nunes  e Arlete Rua e na iluminação de Djalma Amaral.

“A dramaturgia foi, em certo sentido, uma aventura etnográfica”, afirma Clarisse Fukelman, que mergulhou oito meses em estudos sobre o bioma local, os Terena e, sobretudo, os Xavante, para dar autenticidade a suas criaturas.  As consultorias dos antropólogos Paulo S. Delgado e Gilson Moraes da Costa, que atuam junto aos Xavante, foram essenciais. Segundo Clarisse, “quanto mais pesquisava, mais ficava claro que desconhecemos nosso país e as peculiaridades de cada etnia indígena”.  E acrescenta: “A arte é uma forma de sensibilizar os pequenos para a diversidade das culturas indígenas, o respeito aos diversos estilos de vida e a ampliação do repertório visual e sonoro. O patrimônio imaterial deve circular entre crianças e jovens, que conduzirão o futuro do país.  Espero que a peça ajude neste processo”.

Sinopse:

“Tem Fogo na Mata” traz a aventura de D. Ribeirinha, que sai do Pantanal com a tarefa de conduzir uma chama de fogo dos Terena até os Xavante. Para isso, terá de atravessar o Cerrado até chegar na fronteira com Goiás. Acompanhada do atrapalhado Sr. Cidade, turista que não sabe lidar com a natureza, enfrenta as artimanhas do ambicioso Corpo Seco e seu bando, que assombra a região, a ponto de as cores estarem desaparecendo.  A ajuda de seres lendários e a sabedoria indígena serão essenciais nesta peripécia  perigosa e divertida.