Uso de música em terapias traz benefícios para o coração

Segundo descobertas científicas recentes, ouvir música traz benefícios concretos para a saúde cardiovascular. É conhecida de forma razoável a correlação entre música e saúde mental. O som beneficia a liberação de substâncias associadas ao prazer e ao relaxamento, além de fazer bem às nossas faculdades cognitivas. O processamento sonoro tem atividades nas áreas do tronco cerebral que também atuam na regulação de diversos processos cerebrais, entre eles o controle da frequência cardíaca e da pressão arterial.

Há muitos anos, a musicalidade vem sendo estudada pela ciência mostrando os benefícios da música para os pacientes de forma geral. Tanto que hoje existe a musicoterapia, em que a música é a base do trabalho cognitivo comportamental dos pacientes. Segundo a médica geriatra e psiquiatra Roberta França, a música acessa a memória afetiva. “Todos nós temos uma música que fala ao coração, que remete a um momento importante, que você vai sempre se sentir bem quando toca. Tem músicas que não conhecemos a letra por ser em inglês, ou outro idioma, mas que faz a gente chorar, que faz dançar. Ou seja, os instrumentos trazem vários estímulos corporais. Tudo isso vai fazer com que você tenha percepção de saudade, alegria, tristeza e isso vai fazer uma alteração no seu sistema cardiovascular e no sistema neuropsiquiátrico”, explica.

É claro que não é qualquer música que vai fazer isso. Roberta diz que existe uma terapêutica envolvida e que cada vez mais é amplamente estudada. “Quando falamos de pacientes com Alzheimer, ou outro tipo de demência, é recomendado que a família coloque músicas que fazem sentido para o paciente. Não adianta colocar músicas que ele não reconhece mais, ou de artistas muitos jovens que ele não conhece. Mas a música por si só traz sim muitas respostas físicas e emocionais. Por isso a importância dela”.