Rio
Trabalhadores das Americanas marcam protesto no Rio
Apreensão das entidades sindicais é motivada pelo pedido de recuperação judicial da empresa, depois da revelação de um rombo de mais de R$ 43 bilhões em dívidas
O Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro será o anfitrião de outros sindicatos de comerciários de todo o Brasil e de centrais sindicais num ato nacional unificado em defesa dos direitos dos trabalhadores do Grupo Americanas SA.
O ato será na próxima sexta-feira (3), a partir das 10h, na Rua do Passeio, nº 42, Cinelândia.
“Resolvemos fazer o ato aqui no Rio por ser a sede do grupo. Teremos satisfação em receber os companheiros de luta, embora lamentavelmente a situação não seja boa. Estaremos todos unidos na defesa dos 44 mil empregados e suas famílias”, disse Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro e dirigente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Participarão da manifestação as seguintes entidades: Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT), CTB, Força Sindical (FS), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT) e Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC).
A apreensão das entidades sindicais é motivada pelo pedido de recuperação judicial da empresa, depois da revelação de um rombo de mais de R$ 43 bilhões em dívidas. Os sindicalistas já ajuizaram Ação Civil Pública, na 8ª Vara do Trabalho de Brasília, em defesa dos empresados do Grupo Americanas. A ação pede que o patrimônio pessoal dos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, possa ser executado para o pagamento de dívidas trabalhistas. Isso, independentemente do processamento da recuperação judicial. Já existem quase 17 mil ações trabalhistas em curso contra empresas do Grupo Americanas, representando um valor total de R$ 1,53 bilhão.
A ação solicita que se desconsidere a personalidade jurídica da Americanas e responsabilize os acionistas de referência pela fraude contábil que se desenrolou durante anos na empresa e que inflou artificialmente não só o lucro, mas os dividendos distribuídos aos acionistas. Importante lembrar que são os três bilionários os maiores beneficiários da fraude. Além disso, a ação pleiteia o bloqueio do valor de R$ 1,53 bilhão na conta pessoal dos sócios majoritários, para garantir que os trabalhadores que lutam na Justiça por seus direitos possam receber sem demora seus créditos.