Cultura
Nova narrativa sobre liberdade: exposição na Gamboa apresenta Bicentenário da Independência do Brasil
“Meu projeto é postular outra forma de contar a história da liberdade no Brasil, com protagonismo do povo negro na sua construção"Apresentando novas narrativas sobre o bicentenário da independência do Brasil, a exposição Margens Plácidas apresenta quatro obras, que variam entre acrílicas sobre tecido, lambe-lambe, tinta de carimbo sobre algodão e um vídeo.
“Meu projeto é postular outra forma de contar a história da liberdade no Brasil, com protagonismo do povo negro na sua construção, investigando marcos no território da Gamboa e adjacências”, defende André Vargas, desenvolvedor do vídeo.
Margens Plácidas exibirá ainda obras dos artistas Daniel Murgel e Leandro Barboza. Daniel traz uma obra inédita, a partir da pesquisa dos tipos de telhas coloniais disponíveis no mercado de material de construção, ao redor do Morro da Providência. “O telhado simboliza abrigo e proteção, que entra em contradição com a invasão das terras brasileiras, principalmente pelos portugueses e franceses”, afirma.
O visitante também pode conhecer a obra de Leandro, um pilar com todas as camadas construtivas expostas. “traçando um paralelo entre as estruturas que sustentam uma construção e a construção de uma república”, revela Leandro.
A artista Sara Mosli e a pesquisadora Gisella Mello também participam da exposição. Nascida em Ouro Preto, Sara apresentará nove obras inspiradas nos panfletos políticos do dossiê “Guerra das Penas: Panfletos Políticos da Independência (1830-1823)”.
O objetivo, segundo ela, é “editar poeticamente” os dizeres dos panfletos, de forma que se tornem uma “pequena reflexão contemporânea das demandas sociais que nos acometem hoje, 200 anos depois da invenção da ideia de Brasil, vivendo em um contexto convulsivo onde o patriotismo têm excedido a realidade democrática conquistada a duras penas na nossa história.”
Já a pesquisadora Gisella criou cinco obras que apresentarão um paralelo entre o bairro da Gamboa atual e o do passado. “Minha intenção, ao executar este trabalho, é demonstrar para a sociedade atual como foi a sociedade passada. É através do seu patrimônio cultural que uma sociedade evidencia-se”, ressalta ela.
A exposição acontece às 17h, de 6 a 22 de fevereiro na Rua Pedro Ernesto, 56. Todos os eventos são gratuitos, transmitidos pelas redes sociais do Atelier Sanitário e contarão com a presença da comunidade local e artística. Os projetos contam com patrocínio do Governo do Estado, Secretaria de Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ2.