Rio
Alunos das oficinas de empreendedorismo do Projeto Na Régua recebem certificados de conclusão na UERJ
Iniciativa, voltada prioritariamente às mulheres, contemplou 40 moradoras de quatro favelas: Buriti-Congonhas, Kelson´s, 5 Bocas e Cajueiro
Nesta semana, os alunos, participantes das oficinas de trança, depilação e artesanato, oferecidas pelo projeto Na Régua em quatro territórios onde atua, receberam o tão esperado certificado de conclusão. O evento ocorreu no auditório 11 da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e contou com a participação do subsecretário de habitação, Allan Borges, da coordenadora geral do projeto e professora de direito da UERJ, Arícia Fernandes.
A iniciativa faz parte de um conjunto de ações voltadas prioritariamente para as mulheres e tem como objetivo enfrentar a realidade revelada pelo primeiro Censo de Inadequação Habitacional, realizado pelo Na Régua e cujos dados foram apresentados em abril deste ano. O levantamento apontou que cerca de 70% das casas visitadas pelas equipes são chefiadas por mulheres.
O subsecretário de habitação, Allan Borges, explica a importância de as ações serem direcionadas especificamente às mulheres. “A oferta dessas oficinas são ferramentas para aumentar o repertório de oportunidades disponíveis para as famílias. As mulheres são as principais chefes de seus lares e acumulam diariamente tarefas de produção da vida e do trabalho. Nós temos um país e uma sociedade que foi construída sob marcos absolutamente machistas. Essas jornadas duplas, às vezes triplas, das mulheres são extremamente injustas”, ressaltou o subsecretário que também é doutorando em Direito à Cidade pela UERJ.
Uma das alunas das oficinas, Erica da Silva, moradora da favela do Kelsons, em Marcílio Dias, avaliou positivamente a experiência e diz que já está colocando o conhecimento em prática. “Foi um prazer participar do projeto que o ‘Na Régua’ nos deu oportunidade de vivenciar. É um ganho muito grande pra comunidade de Marcílio e eu comecei a fazer o curso de tranças por curiosidade e pra aprender pra saber fazer na minha filha e pra mim foi excelente”, comemorou Erica.
Para a coordenadora do projeto, professora de direito da UERJ e procuradora do município do Rio de Janeiro, Arícia Fernandes, trata-se de um título de liberdade essas ações voltadas para o empoderamento feminino e a emancipação das mulheres. “Não dá para a gente ser livre se a gente não tiver o mínimo de condições materiais, culturais e de conhecimento para poder fazer nossas escolhas efetivamente livres”, destacou Arícia.
O projeto Na Régua é fruto de um acordo de cooperação técnica entre a Subsecretaria de Habitação da SEINFRA-RJ e a UERJ e está presente em 22 territórios, disponibilizando serviços gratuitos de assistência técnica em engenharia e arquitetura.