Rio
Traficantes são condenados a 193 anos de prisão por queda de helicóptero da PM em 2009
Eles estavam sendo julgados por participarem do ataque a tiros que derrubou o helicóptero da Polícia Militar durante uma operação no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, em outubro de 2009O Conselho de Sentença do 3º Tribunal do Júri da Comarca da Capital condenou os traficantes Magno Fernando Soeiro Tatagiba, o Magno da Mangueira, e Leandro Domingos Berçot, o Lacoste de Manguinhos, na noite desta quarta-feira (14), a 193 anos, um mês e dez dias de prisão por três homicídios qualificados e seis tentativas de homicídio após quase 13 anos do crime. Eles estavam sendo julgados por participarem do ataque a tiros que derrubou o helicóptero da Polícia Militar durante uma operação no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, em outubro de 2009. Na ocasião, três policiais morreram na aeronave.
Na decisão, assinada pelo juiz Adriano Celestino Santos, ele aponta que os três PMs, identificados como Marcos Stadler de Macedo, Edney Canazaro de Oliveira e Izo Gomes Patrício, morreram carbonizados e foram submetidos a “imenso sofrimento físico”, segundo seus laudos de necropsia.
O magistrado também relata que “as circunstâncias do crime extrapolam a normalidade, tendo em vista o poderio bélico demonstrando pelo grupo que direcionou a ação contra helicóptero da polícia militar, revelando desprezo à segurança pública. Há que se levar em conta, ainda, que o fato foi praticado em concurso de pessoas, o que naturalmente aumenta reprovabilidade da conduta em razão da superioridade numérica e premeditação”.
De acordo com o documento, o juiz afirma que os agentes Marcelo Vaz de Souza, Marcelo de Carvalho Mendes, Anderson Fernandes dos Santos, que são os outros três ocupantes da aeronave, foram submetidos “a imenso sofrimento físico e abalo psicológico”. Já em relação aos policiais William de Souza Noronha, André Luis dos Santos Guedes e João Jaques Soares Busnelo, que estavam em terra no momento da queda do helicóptero, ele verifica que “a culpabilidade excedeu a normalidade típica, já que foram proferidos diversos disparos de arma de fogo em direção aos policiais que estavam no exercício da função, o que evidencia desrespeito à instituição pública e forças de segurança”.
O júri de Magno da Mangueira e Lacoste, realizado por meio de videoconferência, teve início na manhã desta terça-feira (13) e se estendeu até a noite de quarta-feira.
Magno da Mangueira está preso na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. De acordo com a polícia, ele seguia enviando ordens para seus subordinados na favela de dentro da cadeia. Já Lacoste segue foragido da Justiça.