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Paciente mantida em cárcere privado por cirurgião plástico é transferida

Tribunal de Justiça do Rio também decretou o bloqueio de R$ 198 mil dos bens do médico e do Hospital Santa Branca

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Daiana Cavalcanti, de 36 anos
Daiana Cavalcanti, de 36 anos (Foto: Reprodução)

A paciente Daiana Chaves Cavalcanti, de 36 anos, que foi mantida em cárcere privado pelo cirurgião Bolivar Guerrerro, foi transferida do Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, para o Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, na manhã desta quinta-feira (21). O estado de saúde dela ainda é considerado grave.

Em março, Daiana realizou uma abdominoplastia e em junho precisou voltar ao Hospital para mais três intervenções. E desde então, ficou internada. A cerca de um mês, Daiana aguardava transferência.

Duas limitares foram emitidas pela  justiça do Rio que determinavam a transferência sob multa de R$ 2 mil em caso de descumprimento, em que uma foi emitida na esfera cível, do dia 14 de julho, e a outra saiu na última segunda-feira (18), em esfera criminal, mas o hospital não estava cumprindo as decisões.

Segundo a Polícia Civil, a vítima estava apodrecendo na unidade “. “Há indícios claros de que a vítima está apodrecendo naquele hospital, vide as imagens em anexo, podendo já estar inclusive com infecção generalizada e à beira da morte, mas sendo mantida lá para ocultar a atividade criminosa do médico”, disse o órgão.


Ainda de acordo com o inquérito, Bolívar fez chantagem com Daiana para que ela não saísse do hospital. “Bolívar impede que a vítima seja transferida para qualquer outro hospital, possivelmente para tentar se safar da Justiça, corroborando haver cárcere privado da vítima, que vem sendo mantida isolada seja por chantagem do médico, que diz não usará mais a máquina de vácuo para drenagem da secreção expelida pelo corpo da vítima, talvez o que ainda a esteja mantendo viva”.

O Tribunal de Justiça do Rio também decretou o bloqueio de R$ 198 mil dos bens do médico e do Hospital Santa Branca.

Segundo a decisão, o valor seria usado para pagar a transferência da paciente Daiana Cavalcante para um outro hospital particular, mas o Hospital Federal de Bonsucesso liberou uma vaga para receber a vítima.

Outras nove vítimas estiveram na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), em Caxias. Elas alegam terem sofrido lesões graves após as cirurgias realizadas pelo médico.