Brasil
OABRJ reúne lideranças na Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra
Na solenidade, o grupo apresentou o norte que guiará os projetos e objetivos da sua atuação
A Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil (Cevenb) da OABRJ tomou posse, com auditório lotado, esta semana, no Plenário Evandro Lins e Silva, na Seccional. Na solenidade, o grupo apresentou o norte que guiará os projetos e objetivos da sua atuação e destacou a implementação de uma política de inclusão preta dentro da advocacia, com a sugestão de instalação de comissões sobre o tema nas subseções.
Na composição da mesa, o presidente da OABRJ, Luciano Bandeira; a vice-presidente, Ana Tereza Basilio; o secretário-geral, Álvaro Quintão; a secretária-adjunta, Mônica Alexandre; o procurador-geral e coordenador das Comissões Especiais da Seccional, Fábio Nogueira; a membra honorária vitalícia do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) Rita Cortez e o 1º vice-presidente do IAB, Carlos Machado, onde foram discutidas a criação de um fundo do Estado brasileiro para dar efetividade à reparação histórica da escravidão negra.
“A Ordem cumpre o seu papel, mesmo que com certo atraso. Faremos o Censo Racial da Advocacia através de um convênio com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), responsável pela parte técnica deste estudo. Faremos ampla discussão para que tenhamos efetividade neste censo, que será instrumento fundamental para aperfeiçoar e tornar a OABRJ cada vez mais inclusiva”, explicou Bandeira.
A advogada e militante pela causa negra, Michelle Vargas, especialista em direito antidiscriminatório esteve ao lado do Secretário Estadual dos Jovens Republicanos, Michel Cunha e um grupo de advogadas negras discutindo políticas públicas de igualdade racial.
“Advocacia preta em massa prestigiou o evento e mostrando o poder da nossa voz, força que antes era de supremacia branca. Este é mais um degrau alcançado. Ver hoje a OAB ‘empretecer’ foi uma vitória”, finaliza Vargas.
O Presidente da Cevenb, Humberto Adami comentou a importância de preservar o legado e ceder espaço para futuros operantes de Direito negros na Ordem. “Temos que renovar e trazer a juventude negra para dentro da Seccional. Vários frutos saíram desta comissão para outros departamentos da casa, pois queremos preencher este espaço de cara visivelmente pretas”, enfatizou Adami.
O encontro foi palco de apresentações artísticas como a banda da Guarda Municipal, bateria ‘Damas do Ritmo’ da Associação Cultural da Turma da Paz de Mulheres do Estado do Rio de Janeiro; velha guarda da Beija-Flor de Nilópolis e da Portela; Agbara Dudu; o grupo musical TPM e Filhos de Gandhi.