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Rio Sem Preconceito está de volta ao cotidiano carioca

Lançamento da campanha inédita será nesta quinta (30), com show gratuito de Doralyce e as festas Mariwô e Hellball Rio, na Arena Fernando Torres, no Parque Madureira, Zona Norte da cidade

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Rio Sem Preconceito está de volta ao cotidiano carioca (Foto: Divulgação)
Rio Sem Preconceito está de volta ao cotidiano carioca

A Coordenadoria Executiva de Diversidade Sexual, órgão ligado à Secretaria de Governo e Integridade Pública da Prefeitura do Rio de Janeiro, lança nesta quinta-feira (30), a edição 2022 do Rio Sem Preconceito, na Arena Fernando Torres, no Parque Madureira, na Zona Norte do Rio.

O último dia do mês foi estrategicamente marcado para anunciar que o Orgulho LGBTI+ não será prioridade apenas em Junho. O evento, totalmente gratuito e que acontece em parceria com o Circo Voador, vai contar com show da cantora Doralyce – que traz a participação das divas do Rap Plus Size – e uma edição especial da carioquíssima festa Mariwô, que ferve qualquer pista com a Hellball Rio.

Carlos Tufvesson, coordenador executivo de Diversidade Sexual do Rio de Janeiro, vai aproveitar a noite de estreia do Rio Sem Preconceito 2022 para veicular, em primeira mão, o vídeo inédito da campanha. Ele conta com a participação de nomes famosos e anônimos que se revezam em mensagens diretas contra todo e qualquer tipo de discriminação.

“A escalada dos dados de violência física e psicológica contra a população LGBTI+ brasileira, motivam a urgência de ações do Poder Público para informar e se mostrar presente, com grande foco também no público heterossexual”, explica Tufvesson. Ele cita os índices recém-publicados do Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, que apontam um preocupante aumento de 33% de crimes de ódio contra LGBTIs no Brasil. “Esta não é uma luta só de LGBTIs, seus familiares e amigos. É uma batalha diária de toda a sociedade, que não pode ser conveniente com atitudes como essas. Ninguém precisa ser LGBTI para lutar contra a LGBTIfobia”, afirma.

De volta ao posto de coordenador executivo de Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio em 2021, Carlos Tufvesson comparou os dados gerais de agressões à pessoas trans no ano passado, com os números dos primeiros seis meses de 2022. “É estarrecedor ser informado que violências desta natureza, já são o dobro em relação ao ano passado. E ainda vamos entrar em julho”, constata. O acesso a estes documentos é feito através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, conhecido como relatório SINAN, do Ministério da Saúde. Em 2014, após uma iniciativa da CEDS-Rio apresentada ao então ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o Sistema Único de Saúde (SUS) incluiu no SINAN, a notificação de violências por motivação homo/lesbo/transfóbica. Também podem ser informadas a identidade de gênero e orientação sexual da pessoa atendida, além de oferecer um campo para o nome social da vítima.

Desde 2011, primeiro ano de atuação dentro da Prefeitura do Rio de Janeiro, uma das iniciativas mais fortes da Coordenadoria Executiva de Diversidade Sexual, é a campanha Rio Sem Preconceito. Sua criação sempre foi pautada através de medidas eficazes para tornar a cidade mais inclusiva e com acesso a informação dos mais variados serviços oferecidos pelo Poder Público.

Com parcerias vitoriosas com diversas secretarias do município, as ações se desdobram de forma eficiente, para atender e comunicar a todes, que o Rio de Janeiro não tolera e nem combina com a discriminação.

Premiações, festivais, debates, shows e peças audiovisuais já fizeram parte do escopo do Rio Sem Preconceito, que com essa cronologia intermitente de aparições para a população, acabar por ser tornar e atuante na cidade durante o ano inteiro.

Não foi à toa que Tufvesson escolheu o Parque Madureira para lançar o material inédito do Rio Sem Preconceito. Neste mês, o local completa 10 anos. “Vamos começar em um lugar que achamos importante para os cariocas. A ideia é falar da zona norte à zona sul, sem esquecer a zona oeste e o centro do Rio”, mapeia o coordenador de Diversidade Sexual.

Além de um vídeo que será veiculado na TV, em espaços públicos e na internet, a campanha Rio Sem Preconceito 2022 vai consistir em distribuição de folders sobre PREP e na maior visibilidade de ações desenvolvidas pela CEDS-Rio, além dos serviços que a Prefeitura do Rio de Janeiro disponibiliza para apoiar esta população.

Madureira será o primeiro ponto, de um total de três ocupações, que o Rio Sem Preconceito 2022 vai promover nos próximos dias. A Lona Cultural Gilberto Gil, em Realengo, e o Circo Voador, na Lapa serão outros locais da cidade que vão sediar mais ações da campanha, Em breve, a CEDS-RIO vai divulgar as atrações que devem compor o time de artistas que vão se apresentar em shows gratuitos, oferecidos para cariocas e visitantes que estiverem pelo Rio de Janeiro.

Doralyce e Mariwô de graça para animarem a noite carioca

Quem aparecer na Arena Fernando Torres, nesta quinta (30), vai curtir as músicas do álbum “Dádiva”, lançado por Doralyce, em abril. Seu estilo dançante, promete envolver corpo e mente com a diversidade de ritmos que caminham entre pagode, rap, trap, samba e funk. No palco, Doralyce tem a potência da musicalidade das mulheres pretas, nordestinas e fora do padrão. Ela reafirma o trabalho ideológico, político e de compromisso intelectual afrocentrado.

Sucessos da cantora, como “Miss Beleza Universal”, “Acenda a luz” e a versão feminista “Nós somos Mulheres”, estão no set. A noite ganha força com a participação especial do Rap Plus Size. Desde 2016, JUPI77ER e Sara Donato se uniram para dar vida à dupla. Elas prometem uma participação com canções que toquem em temas como gordofobia, transfobia, racismo e machismo.

A festa Mariwô é uma experimentação multicultural, um movimento afrofuturista que realiza ocupações culturais e se nutre das expressões afrourbanas, totalmente ligadas aos feitos e efeitos passados, presentes e futuros da diáspora negra-africana. Para a noite de lançamento do Rio Sem Preconceito 2022, trazem a popular cultura Ballroom através da Hellball Rio de Janeiro. O intuito é deixar a pista eclética e animada, com corpos visíveis, dançantes e que são uma forma de resistência contra todo tipo de opressão e preconceito.