Ciência e Saúde
Menopausa: saiba quais sintomas indicam que a testosterona está baixa e quando a reposição do hormônio é indicada
Especialista explica quais fatores agravam os sintomas da menopausa e quais os benefícios de equilibrar os níveis hormonais
Você sabia que embora reconhecida como um hormônio masculino – já que sua concentração é 10 vezes maior nos homens –, a testosterona também é produzida pelas mulheres e tem importância fundamental para a saúde feminina? E se engana quem pensa que sua influência é apenas na libido. A queda nos níveis de testosterona pode atrapalhar a memória e o humor; interferir na massa muscular, na massa óssea e até no coração. Por isso, a reposição da testosterona vem se mostrando a cereja do bolo no tratamento dos sintomas da menopausa.
“A libido não diz respeito somente à atividade sexual. Do ponto de vista psicológico e comportamental, libido é a energia que impulsiona e direciona os instintos vitais. É disposição para a vida. No climatério, os níveis de testosterona caem junto com os outros hormônios e esse declínio potencializa sintomas como cansaço físico e mental, oscilações de humor e depressão, problemas com o sono, redução da memória e da capacidade de concentração, aumento da gordura visceral, diminuição da massa magra, queda na disposição, do desejo sexual e diminuição ou ausência do orgasmo”, explica o bioquímico, fisiologista e ortomolecular Dr. Moacir Rosa.
De acordo com o especialista, vale ressaltar que esse hormônio vai diminuindo com o passar dos anos, sendo produzido em maior quantidade no período reprodutivo e reduzindo muito na menopausa. A reposição da testosterona deve ser considerada durante o climatério e a menopausa, desde que com rigoroso acompanhamento médico e em doses fisiológicas, já que assim os ajustes nos níveis deste hormônio trazem inúmeras vantagens para as mulheres.
“Como em toda reposição de hormônios, o uso de testosterona também requer acompanhamento médico. Se for bem conduzido por um especialista e estiver de acordo com a média fisiológica de cada organismo, o tratamento é seguro e indicado para complementar a reposição de estrogênio e progesterona, por exemplo”, destaca.
Apesar da redução dos níveis de testosterona ser um problema de desequilíbrio hormonal, outros fatores como estresse, insônia, uso de contraceptivos, hábitos alimentares ruins e falta de atividade física podem agravar ainda mais o problema.
“Quando é chegada a menopausa, os níveis de testosterona caem para cerca de metade devido ao processo natural de envelhecimento. Alguns cuidados podem amenizar os sintomas. É importante associar a reposição com uma rotina mais saudável”, observa o fisiologista.
Ainda de acordo com Moacir, é possível aumentar naturalmente a testosterona na mulher com o aumento no consumo de alimentos ricos em zinco, Magnésio, Vitamina D, presentes em castanhas, sementes de girassol, ovos, sardinha, espinafre e óleo de peixe, por exemplo, e evitar o consumo de alimentos ricos em açúcar e soja, pois podem interferir na produção de testosterona.
“O uso da testosterona pela mulher só é indicado quando recomendado pelo médico, pois o seu uso em excesso, sem necessidade e de forma desregulada pode aumentar o risco do desenvolvimento de câncer de mama e de ovário, infarto, trombose e de desenvolvimento de resistência à insulina, por exemplo, além de favorecer o aparecimento de acne, deixar a pele mais oleosa, causar queda de cabelo, alterar a voz e promover o aumento do clítoris”, finaliza o Dr. Moacir Rosa.