Economia
Alta no preço dos alimentos é preocupante e valor da cesta básica sofre alta assustadora de quase 30%
Para quem age no campo do voluntariado social, a alta dos preços também afeta o trabalho de serviços prestados à população que vive em situações de rua
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Com alta de quase 30% na cesta básica, o kit chega a custar mais de R$800 em algumas capitais do Brasil. Além do desemprego atingir taxas preocupantes, o custo de vida, o valor dos alimentos e os combustíveis estão a cada dia mais difíceis de serem sanados com o salário mínimo que mais da metade da população brasileira usa para sobreviver.
Para quem age no campo do voluntariado social, a alta dos preços também afeta o trabalho de serviços prestados à população que vive em situações de rua.
O empreendedor Rodrigo Fazito conta que, se o preço sobe, ele também fica caro para quem doa, contribui e para aqueles que auxiliam com cestas básicas e alimentos para quem não tem o que comer. “A alta no preço dos alimentos é prejudicial para todos. A ação social fica comprometida e a ajuda a quem precisa pode, a qualquer momento, não chegar”, conta Rodrigo.
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O quadro político atual também sofre de uma gestão e ideologia ultrapassada. Rodrigo Fazito aposta na criação de uma ação política renovada. Não se trata da renovação das pessoas, mas da estrutura de gestão e social. Olhar para os vulneráveis como pessoas iguais a nós é entender que o que cada um de nós fazemos no dia a dia, é o que eles também desejam: “se eu tenho um trabalho, o outro também quer ter. Se não der pra ser um trabalho oficial, registrado, pode ser um serviço de imediato que ajude a sanar aquele problema em curto prazo. Se eu tenho uma casa, o outro também quer ter. Ele quer um endereço, uma mesa e comida posta”, revela Rodrigo Fazito.
Ainda temos as políticas cooperativistas, essas cooperativas de distribuição de alimentos que ainda são reféns das taxas comerciais. Esses alimentos precisam se desvencilhar dessas taxas que encarecem e dificultam o trabalho voluntário. Uma nova política, uma consciência política bem formada e atualizada é que dá conta desse processo.
O arroz e o feijão, o óleo e o açúcar, alimentos essenciais podem ser distribuídos pelas ações voluntárias e políticas cooperativistas que garantem um auxílio assistencial a essas pessoas vulneráveis, os que estão em situação de rua, os desempregados, os mais pobres, famílias carentes. Para que esse gesto aconteça em sua integridade, Rodrigo Fazito tem a receita pronta: “apostar numa política renovada que olhe essas minorias com olhar humano e enxergue a pessoa, o ser humano que está ali. Pergunte-se porque ele está ali. É porque ele quer? Ele escolheu viver assim? Se ele tem uma consciência bem estruturada, a resposta será não, ele está na rua porque um sistema econômico e político o jogou lá. É nossa tarefa tirá-lo de lá e mudar esse sistema”, conclui.
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