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‘Não só de quem começou, mas de quem entrou’: Tite aprova atuação brasileira na goleada sobre a Coreia do Sul
Treinador destaca velocidade da equipe brasileira e Alex Sandro é destacado por Cléber Xavier
O técnico Tite se mostrou satisfeito com a atuação da Seleção Brasileira na vitória sobre a Coreia do Sul, por 5 a 1, na manhã desta quinta-feira (02), em Seul, capital coreana. Na entrevista coletiva, ao lado do auxiliar Cléber Xavier, o treinador destacou a participação não só dos 11 titulares, mas também dos atletas que entraram no decorrer da partida.
“A seleção brasileira esteve num patamar de desempenho em jogos recentes nossos. Fazer isso fora de casa, em ambiente e situação diferente, com nosso relógio biológico, com o fuso, é difícil. Tive que tomar um bando de café e, se não estiver com a cabeça legal, é difícil fazer isso com esse nível de desempenho. Gostei não só de quem começou entre os 11, mas de quem entrou. Ainda mais com alguns atletas vindo depois e trazendo esse nível de desempenho. Eu falo das “perninhas rápidas”. Quanto mais o Fábio (Mahseradjian) colocar, mais o adversário se desgasta. A Seleção teve um padrão de atuação dos últimos jogos” – destacou Tite.
Confira os temas e as respostas da entrevista coletiva:
Do que mais gostou? – (Tite)
“As construções e os perninhas rápidas. Os dois externos. A gente ajustou no intervalo porque o Raphinha estava vindo buscar muito atrás a bola. Ele tem a jogada construída e pensa na combinação com Neymar. No primeiro tempo a gente tinha que ter ele mais na última linha e eu dizia, “Calma, espera”. Gostei de ter tomado o empate e ter mantido o nível de concentração. No pênalti, devemos ter ficado circulando a bola mais de um minuto e meio. Foi 1:40 até ter a infiltração. O Alex Sandro não é o jogador que fica lá na frente, vem de trás para surpreender. Esse aspecto também, tomar o empate e manter o nível de concentração, a bola não queimar no pé, rodar até encontrar o espaço”.
Erro no gol – (Tite)
“No gol que tomamos, tivemos erro de posicionamento. Quando mexeu uma peça, a gente desajustou e eles infiltraram por dentro. Precisamos de correções e a gente fez no intervalo. Enquanto mecanismo, organismo vivo, ficar trocando muita peça é duro (para a equipe). Foi meio acidental o giro dele (atacante sul-coreano), a bola enroscou e ele virou de frente. Temos que cuidar para não trocar muito e daqui a pouco essa estruturação se perder”.
Neymar jogando como meia – (Tite)
“Neymar é arco e flecha, conforme as circunstâncias do jogo. Ele tem essa capacidade. No PSG, jogando mais atrasado em relação a Mbappé e Messi. Aqui, ele fica mais premiado, mais flecha, a equipe trabalha em função de dar criatividade a ele nesse aspecto. Temos equipe solidária. Quando o atleta entra com aspecto solidário que entrou o Jesus. Antes de marcar seu gol, ele baixou duas e três vezes, fez cobertura. Quando tem um time que se gosta, está muito mais perto da vitória. Quando tem amizade, está muito mais perto de fazer algo a mais. Não é babar, é conhecer o futebol. Quando está propenso a fazer cobertura, isso te traz uma relação que o grupo está se formando”.
Ambiente da Seleção – (Tite)
“Não são só aspectos positivos, estou chateado com o Fabio (Mahseredjian) que me levou em passeio que tinha que subir escada e estou com meu joelho doendo até agora (risos). O Cesar Sampaio também, com o quadril. Eu não sou um cara invasivo, tento ser mais discreto, meu estilo é de falar, dizer, não ficar toda hora enchendo o saco, vai pra lá, vem pra cá. Mas fomentar esse estilo de relação. Eu não tenho esse lugar de fala, mas tem dois jogadores de seleção brasileira, um campeão do mundo (Juninho Paulista e César Sampaio), que têm lugar de fala, sabem a importância de ter esse tipo de relação”.
Jogo contra o Japão – (Tite)
“Precisamos manter padrão e dar sentido pra equipe. Quando não tem sentido de organização, não estamos dando oportunidade. Está jogando atleta para dentro. Então, procuramos ajustar. Também oportunizar, mas dentro do que fazem no clube e aqui na seleção”.
Boa atuação de Alex Sandro – (Cléber Xavier)
“O Alex Sandro teve um grande jogo na vitória contra o Uruguai (4 a 1 no ano passado). Depois ele teve desgaste, lesões e não conseguiu manter o nível. Tivemos visita a ele, falamos para ele desenvolver. No último jogo da Juventus, eu assisti e mandei mensagem para ele parabenizando. Ele tem noção e leitura de jogo muito alta e por trás qualidade e força de chegada. Contra o Peru, também sofreu pênalti numa situação de infiltração, ele equilibra bem também os lances defensivos. Ele estando bem fisicamente, voltando a esse nível, consegue fazer um grande jogo, como hoje” – comentou Cléber.
Na goleada, os gols brasileiros foram marcados por Neymar (dois de pênalti), Richarlison, Philippe Coutinho e Gabriel Jesus. Para os sul-coreanos, o gol foi de Hwang Ui-jo, atacante do Bordeaux, da França.
O Brasil finalizará os amistosos previsto na data Fifa de junho na próxima segunda-feira, contra o Japão, em Tóquio. O duelo está marcado para às 07h20 (horário de Brasília), no Estádio Nacional do Japão.